Ervas e especiarias – pózinhos mágicos

Refeições principais, sem glúten

As ervas e as especiarias são muito poderosas. Desengane-se quem pensa que só existem para dar sabor aos nossos pratos. Sim, também tornam tudo o que cozinhamos muito mais atrativo, colorido e imensamente saboroso, mas têm maravilhosos poderes curativos. É mandatório carregar as nossas refeições com pózinhos mágicos para mantermos a máquina que é o nosso corpo sempre funcional e feliz.

Sugestão de acompanhamento para o jantar de hoje: batatas vermelhas assadas com pózinhos mágicos.

Vão precisar de:
Usei 6/7 batatas vermelhas grandes.
1 fio de azeite generoso
1 cc bem cheia de tomilho
1 cc bem cheia de alho em pó
1 cc bem cheia de pimentão doce fumado
1 cc bem cheia de açafrão
Pitadinha de amor

Lavei as batatas muito bem e parti-as aos palitos não muito finos, mais ou menos da espessura de um dedo médio (dos meus). Coloquei-as numa caixa grande com tampa, reguei-as com o fio de azeite, fechei a caixa e abanei com vontade para o azeite se distribuir. Numa tigela coloquei as ervas e as especiarias e misturei-as com o auxílio de uma colher. Abri novamente a caixa e coloquei a mistura de ervas e especiarias. Fechei a caixa e abanei mais uma vez para que todas as batatas corassem com os temperos. Ficaram lindas! Já viram a foto?

ai o cheiro bom!
tão lindas!

Num tabuleiro forrado com papel vegetal distribuí-as lado a lado para que não se tocassem e pudessem assar sem amolecer. Foram ao forno a 190º até dourarem e ficarem um pouco enrugadas. Provavelmente 45 minutos ou mais. Tenho de confessar que não tomei atenção ao tempo total.

Fiz também um molho de curgete com tomate seco saborosíssimo onde molhamos as batatas. Todos tivemos autorização para comer com as mãos! 🤣 Uma espécie de batatas assadas com molho de maionese, só que não! As crianças disseram maravilhas da comida. Várias vezes durante a refeição fizeram comentários prazerosos e comeram imenso! 🥰

molhanga com cara de sopa
hmmm!

Fica a sugestão. Acompanhem com o que gostarem mais. Molhos saudáveis de legumes, estufados de feijão, tofu salteado, saladas variadas. À escolha. Acreditem, as batatas são ótimas temperadas assim!

Informação nutricional dos pózinhos mágicos usados:
O tomilho é rico em cálcio, potássio, magnésio, fósforo, ferro e vitamina C (entre outros).
O alho em pó é um poderoso anti-inflamatório, graças à alicina. É rico em potássio, fósforo, magnésio, cálcio e selénio e em vitaminas B6, E e K (entre outros).
O pimentão doce, graças à capsaicina, é outro anti-inflamatório e antioxidante. É rico em potássio, fósforo, magnésio, Beta caroteno, vitaminas A e K (entre outros).
O açafrão é obrigatório consumir. É anti-inflamatório, antioxidante, anticancerígeno, antimicrobiano e cicatrizante. Para além disso tem potássio, fósforo, magnésio, cálcio, ferro, vitaminas E, C e B6 (entre outros).
FONTE: USDA FoodData Central

Canjinha de cogumelos

Refeições principais, sem glúten

Quem gosta de canja? Do quentinho do caldo, da maciez da massa, da facilidade com que aquecemos em poucas colheradas… A versão vegana tem isto tudo e ainda nos deixa com a barriga bem-disposta e com a alma leve.

O meu mais velho gosta muito de canjinha. O mais novo nem por isso. Implica com o líquido, apesar de gostar muito de massa. Recordo-me, há uns anos, de ter visto um casal amigo a comer canja e um queria o líquido todo com apenas algumas massinhas a boiar e o outro só queria a massa sem caldo algum. Era de rir. Mas, lá está, completavam-se, até nisso. 😁

Os meus filhos são parecidos com o tal casal amigo. 🥰

Para este confortinho vão precisar de:
1 cebola doce média
2 dentes de alho
Fio de azeite (eu usei de baixa acidez)
2L de água (destes 500ml foram de água de cozer grão)
250g de cogumelos (eu gosto de usar pleurotus)
2 cenouras grandes (≈ 190g)
1 curgete média (≈ 270g)
2cs de tamari
Flor de sal qb (opcional)
100g de massa pequenina (pevides, letras, etc)

A preparação é muito simples. Rala-se a cenoura e a curgete na parte mais larga do ralador manual. Cortam-se os cogumelos em juliana. Reserva-se.

Corta-se a cebola às rodelas e lamina-se os dentes de alho. Com tudo preparado, numa panela pequena, refoga-se a cebola e o alho no fio de azeite, só até alourar e amolecer a cebola. De seguida junta-se a água, os cogumelos, as cenouras e a curgete, o tamari e a flor de sal (se usarem). Deixa-se ferver e cozinhar por 10 minutos.  Depois junta-se a massinha e deixa-se cozinhar por mais 10 minutos (ou pelo tempo de cozedura que vem na embalagem da massa escolhida). A foto que vos deixo é de quando ainda comíamos massinha de letras (de trigo). Esta semana fiz com massinha sem glúten (de milho, arroz e milho-miúdo) em forma de anéis. Umas mini argolinhas. Mas não tirei foto. Quando desligarem o fogão vai parecer que é pouca massa, mas mesmo depois de desligado a massa continua a aumentar de volume e fica tudo mais compostinho.

Em dias frios é uma delícia. Adoro segurar a tigela e comer com ela chegada a mim. Aquecer as mãos e a barriguinha ao mesmo tempo.

Tofu e cogumelos Portobello no forno

Refeições principais

Já fiz esta receita várias vezes. Umas vezes só o tofu, outras só os cogumelos e variei no acompanhamento. E nunca falha. Há sempre algum silêncio à mesa! Toda a gente com crianças por perto sabe que silêncio à mesa é sinónimo de manjar muito apreciado.

O tofu exige alguma preparação para que fique realmente saboroso, mas não é nada difícil. Só pede que pensemos nele com antecedência. Uma marinada umas poucas horas antes ou mesmo durante a noite é o ideal. Cada um poderá usar os temperos que mais aprecia e depois é forno com ele. Mas eu conto-vos como fiz.

Para este petisco vão precisar de:
500g de tofu bio natural
250g de cogumelos Portobello
Molho Tamari qb (molho de soja sem trigo na sua composição)
Orégãos, alho em pó
Fio de azeite generoso
Farinha de aveia (sem glúten) ou de arroz qb

Nunca é demais dizer-vos que compro tofu biológico natural, daqueles que só tem mesmo grãos de soja e nigari (que é o coagulante). Retirei o bloco de tofu do saco e coloquei-o entre folhas de papel de cozinha ou um pano limpo e apertei para retirar a maior parte do soro que trazia quando embalado. Como é poroso vai absorver os temperos que lhe pusermos, mas se tiver ainda bastante soro acaba por absorver pouco e fica menos apetitoso. Portanto é importante espremer bem o tofu. Depois cortei-o em cubos médios, de cerca de 3 cm. Num tupperware grande juntei azeite, molho Tamari, alho em pó e orégãos. Mexi bem e coloquei o tofu nesse tempero. Fechei o tupperware e abanei-o até o tofu ganhar a cor do tempero. Reservei. Durante a tarde, de vez em quando, fui abanando e virando o tupperware de lado, para que o tofu pudesse ficar homogeneamente temperado.

Os cogumelos temperei na hora. Cortei os 2 cogumelos em cubos, com cerca de 3 cm como fiz com o tofu. Os pés também cortei ao meio, pois eram bastante grandes. Numa taça molhei-os com Tamari e polvilhei com alho em pó. Envolvi-os com uma colher até todos os pedacinhos terem absorvido o molho. Polvilhei-os com farinha de aveia, uma colher de sopa de cada vez, e fui envolvendo até ficarem secos por fora.

Repeti o processo com o tofu. Polvilhei com farinha, fechei o tupperware e abanei. Coloquei mais farinha (uma colher de cada vez) e repeti o movimento. Só parei quando o tofu já não mostrava o seu tempero, ficando seco ao toque. Poderia ter usado uma colher para envolver, mas como o tofu é frágil ter-se-ia desfeito e não era o desejado. Abanando o tupperware (com ele fechado) a farinha vai-se encostando aos cubinhos e já não há desperdício de tofu para a colher.

tofu depois de temperado
cogumelos a ser enfarinhados

Foi ao forno, pré-aquecido a 190º, por 30 minutos.

Comemos com brócolos a vapor (verde sempre muito bem recebido pelos miúdos), misturei duas massas em espiral sem glúten (uma de trigo sarraceno e outra de milho) e umas amêndoas tostadas.

O tofu ficou muito bom. O mais velho chamou-lhe esponjinhas de tofu. Aproveitou para comer de pauzinhos. Eles adoram comida que dê para ser comida com pauzinhos. Os cogumelos fizeram a delícia dos adultos. Estavam salgadinhos do Tamari e macios. Mesmo uma delícia.

pega perfeita de um pedacinho de cogumelo
um cubo de tofu numa mãozinha azulada de tinta dos carimbos

Como vos digo sempre, comida simples, saborosa e 100% vegetal.

Pizza de ‘pão’ de iogurte sem glúten OU como é difícil cozinhar em jejum

Refeições principais

Imaginem os vossos 2 filhos em casa em isolamento profilático. Difícil!

Imaginem a tarefa do mais pequenito, que anda a viajar pela Itália no projeto curricular de turma, a ter de fazer uma pizza em casa. Fácil! E todos nós gostamos.

Imaginem nesse exato dia eu ter de fazer jejum às custas de uma ecografia XPTO e ter de fazer pizza com eles. Dificílimo! Verdadeiro terrorismo caseiro! Nem vos digo nada. O cheiro do molho, do caiju (queijo de caju), dos cogumelos frescos… Ai! Nem vos conto. Foi surreal o dia de hoje.

E os miúdos comiam e a cada dentada diziam as maiores maravilhas da pizza. Nunca fizeram tantos elogios na vida! Nossa!

o mais velho
o mainovo

Conseguiram, por imposição minha (claro! 😂) deixar-me ficar um quadradinho de 5cm x 5cm. Foi colocado estrategicamente fora do alcance de mãos pequenas. 😁

Regressada do exame sentei-me com calma a degustar aquele pedacinho de ouro! Mmmmm, de facto, insuperável. Os miúdos tinham razão.

Como terminou num abrir e fechar de… mandíbulas 😆 continuei a manducar tostas com caiju que tinha sobrado da pizza e molho de tomate. Juro-vos, manjar dos deuses!

Curiosamente os miúdos também já tinham feito igual, no lanche, e tinham dito maravilhas do molho e do caiju na tosta. Nessa altura eu limitei-me a salivar.

As receitas de hoje são pouco precisas. Foi tudo feito a olho, mas aposto que vocês vão conseguir fazer certinho. Desafiem-se, vão deliciar-se.

Base de pizza (por esta ordem):
Iogurte natural de soja, sem açúcares (eu usei da Provamel)
Alho em pó
Sal fino
Flocos de aveia finos sem glúten

A receita do molho de tomate e do caiju podem encontrar no blogue no post sobre pizza em base de pão Naan.

Agora, o pão de hoje é muito simples, apesar de não ter medidas exatas para vos dar.

base de pão de iogurte e aveia sem glúten

Devo ter utilizado cerca de 250g de iogurte de soja ao qual juntei o alho e o sal e misturei bem. Depois adicionei uma porção de flocos de aveia (certificada sem glúten) e fui mexendo e colocando mais até acertar a consistência. Queremos uma massa densa e pouco húmida. Está no ponto certo se passarem uma colher de sopa por cima, amassando, e ficar liso sem vestígios da mistura na colher. Se ficarem bocadinhos de iogurte na colher é porque ainda está muito húmido. Depois da consistência certa ser encontrada é só colocar a massa em cima de papel vegetal (ou tapete de silicone) e espalmar com a ajuda de outra folha de papel vegetal e um rolo da massa. Retiram com cuidado a folha de cima e levam ao forno (pré-aquecido) por 10 minutos a 200º. Retiram e guarnecem começando pelo molho de tomate, depois os cogumelos e por último o caiju. O caiju fica mais saboroso se tostar ligeiramente e até ganha um pouco de crocância. 😋 Se ficar escondido debaixo dos cogumelos vai ganhar a humidade destes e perder essa textura tão agradável. Por isso, nesta pizza, o caiju vai no fim.

Deixo-vos o making off. 🥰

o mainovo espalhando o molho de tomate
os dois a espalhar cogumelos
colocando levedura para dar aquele saborzinho a queijo
cobrindo a pizza de ‘minhocas’ de caiju

Façam, vão ver como esta simplicidade impressiona! ❤ E os miúdos agradecem! 🥰

Lasanha de feijão-preto e legumes

Refeições principais

Há várias semanas, para não dizer meses, o meu filho mais velho pediu lasanha. Torci o nariz, confesso. O pedido veio, claro, porque os amigos tinham comido lasanha (tradicional) na escola. Eu combinei com ele que sempre que quisesse comer o que os outros comiam me dizia e eu tentaria replicar numa próxima vez. Mas demorei para fazer porque, sejamos francos, é trabalhoso. Tem várias etapas e eu estou mais numa de fazer comida apetitosa, mas rápida. Hoje disse-lhe para escolher o menu tendo em conta que iríamos comer feijão preto. Ele escolheu bolonhesa de feijão preto. Fiquei feliz por ele conseguir adaptar a bolonhesa à leguminosa que tínhamos para comer. Estou a fazer bem o meu papel. 😁 Mas, quando comecei a preparar o molho de tomate lembrei-me da lasanha. Olhei para o relógio e imaginei que teria tempo (para todas as fases). Ia ser mesmo à risca, mas parecia exequível. Molho de tomate com feijão-preto, legumes salteados e molho bechamel.

Quando já tinha tudo pronto fui buscar a massa da lasanha. Abro o pacote e vejo um bicharoquinho a dar às asas. Não!!!!! Gorgulho!!! E eu a cozinhar a contra-relógio! Mas também, pudera! Ao tempo que o pacote estava para ali perdido… Corri para o supermercado. Felizmente, tenho um mesmo pertinho de casa. Entrei, encontrei a massa. Tinha fila para pagar. Uma senhora foi muito simpática e deixou-me passar à frente. A mim e ao meu pacote de massa de lasanha. E as minhas crianças comeram meia hora depois do desejado. Atenção que, na hora do jantar, meia hora de atraso, (pra mim) é muito! 😜 É terrível estar a fazer o jantar e ouvir o pequenito a dizer que tem fome e a vê-lo rondar a cozinha de minuto a minuto. Mas a comida fez sucesso, por isso valeu a pena.

Molho de tomate:
4 tomates maduros
4 tomates secos
1 cebola roxa média
3 dentes de alho
Salsa fresca
4 conchas (de servir sopa) de feijão preto cozido
Óregãos e manjericão
Azeite qb (usei de baixa acidez)

Legumes:
400g de abóbora (de polpa laranja)
1 cenoura grande (bio)
1/2 repolho médio
Alho em pó
Óregãos e manjericão
20ml de molho de soja
Azeite qb (usei de baixa acidez)

Molho bechamel:
600ml de bebida vegetal de aveia (sem açúcar, bio)
4 cs (cheias) de farinha de espelta integral (bio)
2 cs de azeite (usei de baixa acidez)
Noz-moscada
Flor de sal (opcional)

9 folhas de massa de lasanha

Para o molho de tomate eu desfiz os tomates, secos e frescos, com o alho e a salsa (ando a ter de a esconder porque o mais novo cisma que não gosta) com a varinha mágica num copo alto. Pus a cebola picadinha a refogar com o azeite numa frigideira anti-aderente. Quando já estava ligeiramente dourada juntei o preparado de tomate e as ervas. Mexi e tapei a frigideira. Deixei fervilhar por 10 minutos. Juntei o feijão-preto cozido e deixei fervilhar mais 5 minutos. Desliguei.

Para os legumes, cortei todos eles em tirinhas. Para a cenoura e para a abóbora usei o ralador na parte mais larga. Para o repolho foi mesmo uma faca afiada e alguma paciência. Juntei tudo numa panelinha e mexi em lume médio/alto enquanto foram largando os seus sucos e murchando. Coisa para poucos minutos.

Para o molho bechamel misturei todos os ingredientes e levei a lume médio/baixo até engrossar. Cuidado que a bebida vegetal pode fazer alguma espuma e vir por fora.

Usei folhas de massa de lasanha que não precisavam de ser pré-cozinhadas, por isso, o resto já sabem, é montar às camadas, terminando com o molho bechamel. Comecei com molho de tomate e feijão-preto, depois legumes e uma camada de bechamel. Depois folhas de lasanha, e repetir a ordem das camadas. Terminei com uma dose generosa de molho cobrindo a última camada de folhas de lasanha. É importante que haja bastante líquido para que elas cozinhem sem secar ou endurecer.

Levei ao forno a 200º apenas até o molho dourar.

Estava muito saborosa e os miúdos imensamente felizes. Foi um jantar como se quer. 😊

Molho de couve-flor em empadão de feijão-manteiga com macarrão

Refeições principais

Quase nem dá para acreditar na maravilha que ficou este molho. Exageradamente bom. Apetitosíssimo. Inexplicavelmente delicioso.

Comecei a preparar o jantar na hora de almoço. Tinha feijões cozidos da noite anterior e queria apresentá-los de forma diferente. Ainda me lembrei de fazer burgers, mas quando vi a couve-flor a espreitar no frigo pensei em molho e pronto, tinha de sair alguma coisa de forno numa assadeira.

Fiz uma pasta/mistura de feijão-manteiga com cenoura, cebola, salsa, maçã, cajus, alho e pimentão doce. Utilizei o processador por duas vezes. Na primeira vez coloquei todos os ingredientes da pasta/mistura de feijão menos o feijão e os temperos. Triturei grosseiramente. Reservei numa taça grande. Depois triturei os feijões com alho em pó e pimentão doce. Juntei à taça do primeiro preparado e envolvi bem.

foi ao processador
juntei as duas misturas
espalmei bem

Espalmei essa pasta/mistura numa assadeira de pirex e levei ao frio até pouco antes da hora de jantar.

Na hora de jantar cozi massa macarrão riscado, apenas até ficar al dente. Escorri a água e reservei. Enquanto a massa cozia preparei o molho de couve-flor cozendo pequenos floretes (mesmo pequeninos para ajudar na cozedura ou, até, completamente triturados) com bebida vegetal de aveia (com cálcio e sem açúcares adicionados). Temperei com alho em pó, um fio de azeite e uma pitada de flor de sal. Cozeu por 7 minutos em lume alto. Depois de desligado juntei a levedura nutricional e triturei tudo até obter um creme fluido e sedoso. O cheiro que ficou pela casa foi divinal. O meu mais velho até parou de fazer os trabalhos de casa para vir cheirar.

De seguida foi só colocar a massa cozida por cima da pasta/mistura de feijão que já tinha espalmado na assadeira e cobrir com o molho todo. Foi ao forno pré-aquecido a 200º até dourar.

pasta de feijão com massa por cima
molhanga a cobrir a massa
molhanga douradinha

Estava qualquer coisa!

Eu não gostei por aí além da pasta/mistura de feijão, mas os miúdos comeram muito bem. O molho, esse sim, eu achei digno de partilha. Mesmo delicioso!

Se forem experimentar (façam, façam que vão ficar rendidos) podem usar uma qualquer outra base de que gostem: feijões cozidos sem mais nada, estufadinho de lentilhas, legumes assados (que assariam previamente e só depois colocariam a massa e o molho), etc. Em vez de massa, aposto que ficaria bem arroz coberto de molhanga de couve-flor. São várias as hipóteses. Qualquer uma delas ficará elevada com o molho de couve-flor que vos trouxe.

camadas de sabor

O meu mais velho não gosta de couve-flor. Enquanto comia desfez-se em elogios e eu aproveitei para lhe dizer de que era feito o molho. Ficou estupefacto, mas continuou a comer com a mesma vontade!

Para a pasta/mistura de feijão vão precisar de:
150g de cebola doce
20g de salsa fresca
215g de cenoura (eu usei bio)
95g de maçã (eu usei gala)
100g de caju natural cru
900g de feijão-manteiga cozido
Alho em pó qb
Pimentão doce qb

Para a massa vão precisar de:
500g de massa macarrão riscado (eu usei de espelta bio)
Água qb

Para o molho vão precisar de:
350g de couve-flor
500ml de bebida vegetal de aveia (sem açúcar)
1cs de alho em pó
Pitada de flor de sal
Fio de azeite (eu uso de baixa acidez, o primeiro azeite do bebé)
100ml de levedura nutricional *

* A levedura nutricional ou Nutritional Yeast é um alimento natural obtido a partir da fermentação do melaço. É uma levedura inativa feita a partir da Saccharomyces cerevisiae. É muitas vezes considerada um superalimento pois é rica em proteínas, fibras, vitaminas (principalmente do complexo B), minerais (como o ferro, zinco, magnésio, entre outros) e antioxidantes. É um alimento sem glúten, sem açúcar, sem ingredientes de origem animal, sem aditivos, sem conservantes, sem aromas ou corantes artificiais. Soma-se a isto tudo um leve travo a nozes e a queijo. Uma força da natureza! Pode ser usada para polvilhar pratos salgados ou doces. Fica boa na sopa, nos estufados, em pratos de massa, em papas de pequeno-almoço… A sua utilização não tem fim.

One pot batata

Refeições principais

As receitas de one pot implicam colocar os ingredientes em simultâneo num tacho ou panela, temperar, ligar o fogão e fica pronto em poucos minutos. Já vos tinha falado do one pot pasta. Hoje trago-vos uma comidinha tudoaomolhoeféemdeus, mas com batata.

Para este conforto, que serve 4/5 pessoas, vão precisar de:
4 batatas de cozer grandes
3 tomates chucha maduros
250g de cogumelos (eu usei marrom)
1 molho de salsa fresca
1 talo de alho-francês
1cs de alho em pó
1cc de pimentão doce fumado
Flor de sal qb
Azeite qb
2 folhas de louro pequeninas (ou 1 grande)

Numa panela colocam as batatas descascadas e cortadas em cubos pequenos, os tomates aos cubinhos, os cogumelos em pedaços pequenos, a salsa picadinha, o alho-francês às meias luas, o alho, o pimentão, a flor de sal, as folhas de louro e um bom e generoso fio de azeite. Cobrem com água e deixam ferver. Depois tapam e deixam cozinhar em lume médio por 20/25 minutos, ou até as batatas começarem a perder o seu ar anguloso.

Serve-se em prato fundo para podermos degustar o molho sem grandes salpicos.

Feijoada de feijão-vermelho e couve-galega

Refeições principais

Ontem, ao telefone com a minha mamã disse-lhe que estava a fazer feijoada. Ela do outro lado «ora bem! Mais do mesmo». (?!) Depois de a questionar lá percebi o que ela queria dizer. Como comemos feijões em todas as refeições ela estava a considerar que comemos feijoada todos os dias, mas não! Posso comer massada de grão, bolonhesa de lentilhas, feijão-branco de cebolada, entre muitos outros pratos sem nome. Mas feijoada é só de vez em quando. E nada bate uma boa feijoada.

Feijão-vermelho é o favorito dos meus filhos e o que eu mais detesto. Cada vez que vou escolher um feijão para pôr de molho fujo sempre do vermelho. Tenho de pensar neles para o cozinhar. Nesses dias o mais velho costuma dizer «estás a fazer muito sacrifício, não é?». E é verdade. Até me custa a engolir, a sério. Mas… nesta feijoada ele escorrega muito bem. Nem dou conta que estou a comer o dito cujo. 😂

Lembram-se do post no Instagram das marmitas? Foi esta feijoadinha que a F. levou na marmita.

nfd

Para este manjar (de 6 pessoas comedoras) vão precisar de:
1 cebola grande (eu usei 1 cebola roxa e meia cebola doce)
3 cenouras médias (bio)
4 dentes de alho
3 tomates chucha maduros
1 batata vermelha grande
Azeite qb (eu uso o primeiro azeite do bebé por ser de baixa acidez)
7 folhas grandes de couve-galega (eu usei as bio da horta do meu papá)
6/7 conchas (de servir sopa cheeeeias) de feijão-vermelho cozido
Água de cozer o feijão qb
1cs de pimentão doce fumado
1cc gengibre pó
Flor de sal qb
2 folhas de louro

Numa panela grande colocam a cebola às rodelas, o alho laminado, as cenouras às rodelas e um fio de azeite generoso e refogam, mexendo sempre, por alguns minutos até a cebola dourar ligeiramente e amolecer. Juntam o pimentão, o gengibre e as folhas de louro. Mexem novamente. De seguida trituram o tomate cortado em cubos (eu usei um copo alto e a varinha mágica) e vertem no refogado. Continuam a mexer.

Adicionam a couve e as batatas, envolvem e juntam a água de cozer o feijão e o feijão até cobrir tudo. Se não tiverem água de cozedura suficiente para cobrir juntam água limpa. Temperam com sal. Deixam ferver por 10 minutos destapado, mexendo de vez em quando para não deixar agarrar. Depois reduzem para lume médio e fica a cozinhar tapado por mais 25 minutos.

Podem servir com arroz ou com uma massinha. Ou só assim com um belo naco de pão para ajudar a não desperdiçar o molho.

Guisado de grão com acelgas e castanhas

Refeições principais

Quando comprei as acelgas não sabia bem o que ia cozinhar. É assim a maior parte das vezes. À medida que as fui preparando fui pegando num e noutro ingrediente e o prato foi crescendo.

Agora com os dias mais frios já apetece uma comidinha com molhanga onde se possa passar o pão.

Para este guisado vão precisar de:
1 molho de acelgas (bio)
800ml de grão-de-bico cozido
3 tomates frescos
1 embalagem de tofu fumado (bio)
2 mãos de castanhas congeladas
3 cenouras (bio)
¾ de chávena de ervilhas congeladas
1cs de alho em pó
1cc de açafrão
1cc de gengibre em pó
1cs de ervas de Provence
2 pés de salsa fresca
Azeite qb
1 cebola doce
Flor de sal qb (opcional)

Numa panela grande colocam a cebola às rodelas, as cenouras aos cubinhos, o azeite e as especiarias e as ervas a refogar, mexendo sempre, até dourar e amolecer a cebola. Juntam os tomates frescos triturados (eu usei um copo alto e a varinha mágica) e a salsa fresca picadinha. Quando ferver juntam os restantes ingredientes: as acelgas cortadas, o tofu cortado em cubinhos, as castanhas congeladas, as ervilhas congeladas e o grão-de-bico. Se usarem sal é agora que o adicionam. Colocam água a cobrir todos os ingredientes. Deixam ferver, tapam e reduzem para lume médio. Cozinha por 25 minutos.

Serve-se assim ou com pão cortado em pedacinhos, em jeito de açorda.

As castanhas dão um travo adocicado ao molho, que me agrada imenso. O mais velho não achou graça, apesar de gostar de castanhas (e de ter comido tudo). O mais novo molhou o pão. 😊

Pastéis de feijão-vermelho

Refeições principais

O desperdício de comida é imenso pelo mundo fora. Por vezes, começa mesmo em nossa casa, sem que nem sempre nos demos conta. Os pastéis que vos trago hoje, são um aproveitamento de restos que tinha no frigorífico do dia anterior.

Tinha assado batatas na noite anterior e a quantidade que sobrou só dava para 2 pessoas e nós somos mais. Não gosto muito de oferecer comida diferente aos miúdos, porque é abrir uma porta para reclamações. Ora porque queriam a do outro, ora porque exigem saber porque é que o que têm no prato lhes calhou a eles e não ao outro. Já estão a ver, não é? É dar motivos para discórdia com coisas tão simples. Então, prefiro aproveitar e transformar aquele resto numa outra bela refeição, desejada por todos.

ingredientes simples e acessíveis

Para estes pastéis vão precisar de:
580g de feijão-vermelho cozido
275g de batatas assadas
1 cebola doce
3 cenouras (bio)
1 mão de cajus
1 molho de salsa fresca

Num processador juntam a cebola, as cenouras aos pedaços (para ajudar o processador), os cajus e a salsa. Trituram até conseguirem uma massa granulada miudinha. Transferem para uma taça.

Depois juntam no processador o feijão e as batatas. Trituram até obter uma pasta. Podem precisar de raspar as paredes do processador para ficar mais homogéneo. Eu gosto de deixar alguns feijões por desfazer, sempre dá uma textura mais interessante na hora de comer.

Juntam esta pasta ao preparado anterior e envolvem bem para homogeneizar.

Com o auxílio de duas colheres de sopa formam bolinhos ou pastéis e colocam-nos num tabuleiro forrado com papel vegetal.

só ligeiramente organizados

Vão ao forno por 25 minutos a 190º, ou até dourar. São macios e desmancham-se com facilidade, por isso sugiro que deixem arrefecer ligeiramente antes de os retirar cuidadosamente com uma espátula.

húmidos por dentro e crocantes por fora

Servi com brócolos cozidos a vapor e tomate às rodelas.

Fizeram sucesso. O mais novo não aprecia comer comida processada. Digamos que gosta de ver os feijões inteiros. Mas provou e comeu sem reclamar. 😋 O mais velho comeu e repetiu, dizendo que eram muito bons e desejando que no dia seguinte pudesse levar para a escola. 😊